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segunda-feira, 30 de junho de 2014

nº 186 Arousa Folk 76 III

Encontro com Xoán Silva

Na sequência das minhas investigações sobre o Arousa Folk 76, encontrei-me em inúmeras ocasiões com o nome de Xoán Silva. Este cambadês nascido em 1951 participou no festival na modalidade de cantor e compositor, interpretando dois temas: Irmãos! Irmãos galegos! do poeta —amigo da família Silva— Ramón Cabanillas e Inverno, de Celso Emílio Ferreiro. Contam os que assistiram ao festival que o Xoán teve de enfrentar-se aos organizadores do evento, a Delegación Nacional de la Juventud, pois os seus temas, além de estar em galego, era uma provocação anti-sistema sem muita dissimulação.
Embora o Xoán Silva ter trabalhado numa entidade bancária na Ilha de Arousa durante anos, eu não o conhecia em pessoa, questão esta resolvida faz umas semanas graças às gestões do amigo Xaquín Chon Charlín. Uma vez facilitado o contacto ficamos em Cambados, havendo um bate papo muito produtivo. O Silva véu com outro amigo, Luís Costa Oubiña Falua, que no 76 estivera no festival como espectador, o qual me achegou um ponto de vista que não tinha explorado. Além de mais, Falua forneceu-me novos contactos que hão dar o seu fruto —em forma de artigo neste blogue— proximamente.
A hospitalidade de Xoán Silva e a sua generosidade para com o meu trabalho é inenarrável. Sirva esta postagem como homenagem pessoal ao seu activismo cultural, à sua dedicação por esta música que não só alimenta os espíritos, mas também abala os cérebros. Fica para mais adiante contar as experiências do Xoán, do Falua e de tantas outras pessoas com as que estou a falar. Hoje só quero que gozeis com a voz deste cantor do mar da Arousa, em cujas melodias e harmonias podemos sentir o legado do violino do seu pai  Benito Silva e as cores da paleta de seu irmão Lino. Obrigado, Xoán.

Xoán Silva no cenário do Arousa Folk
© Xosé Rañó

Xoán Silva e o acordeonista Diosiño no cenário do Arousa Folk
© Xosé Rañó

quinta-feira, 5 de junho de 2014

nº 185 Arousa Folk 76 II.


Um artigo do ABC bastante sano.

Reflexões acerca dum artigo publicado no ABC em 18 de setembro de 1976.





Da pouca bibliografia com a que contamos sobre o Arosa Folk 76, nenhum texto mais revelador e sintético que este artigo publicado só uns dias depois de se celebrar o festival. Para os não iniciados dizer que este evento teve lugar na primeira semana do mês de setembro de 1976, em a Ilha de Arousa, no rueiro de Testos. No artigo aparecido em ABC fica bem claro as tensões vividas na altura, num momento histórico de mudança no que o festival se converteu em paradigma do instinto de sobrevivência dumas instituições anacrónicas tanto no âmbito político como no social.

O título do texto de María Ángeles Sánchez, Un festival bastante sano, resume perfeitamente o acontecido naquele setembro do 76. A jornalista parece dizer: – Sei o que fizestes no verão passado, mas só vou contar um bocadinho. Durante três dias uma turba de nacionalistas, hyppies, esquerdistas espanhóis, falangistas, nacional-católicos, secretas e arousãos alucinados conviveram em sete quilómetros quadrados. Cabe lembrar que na era pré-ponte o único médio de transporte para nos comunicar com o continente era o barco. Isso sim,  a organização contou durante aquele longo weekend  com um helicóptero que não cessou de fazer viagens. E contra todo prognóstico os incidentes foram mínimos, mais fruto das ingestão massiva de álcool que da subversão política. Por isso se destaca a saúde do festival, desde um conceito dicotómico: saúde física e saúde política, como naqueles manuais de formação do espírito nacional.

Mas neste artigo o primeiro a destacar são as cifras:

- Participaram 400 músicos de 46 províncias de todo o Estado Espanhol.
- Houve 20 horas (oficiais) de música, repartidas em jornadas de manhã e tarde.
- O orçamento inicial foi de 2.000.000 de pts. chegando a ser finalmente de 7.000.000 de pts., 40.000 €, uma autêntica fortuna.
- 40 bilhetes de avião para jornalistas dos que só foram utilizados a metade.
- Dá-se a cifra de 6.000 assistentes, a qual semelha algo conservadora tendo em conta que na Arousa havia cerca de 5.000 habitantes. Em qualquer caso os músicos e público presente que entrevistei lembram uma assistência multitudinária.

Resulta fulcral para entender Arosa Folk 76 ter em conta o contexto político. Morto o ditador em novembro do 1975, os meses a seguir iam ser de paulatina descomposição do regime personalista nascido em redor da figura de Franco. Morto ele, acabou-se a raiva. Órfãs do pater familias, as diferentes polas da árvore do nacional-catolicismo procuram acomodo no estado novo, no que os imobilistas desaparecem para sobreviver só aqueles feitos de pasta moldável . Assim, em junho do 76 demite Arias Navarro e o Bourbón nomeia presidente a Adolfo Suárez, o mais hábil acomodatício.
Nesta tessitura, a Delegación Nacional de la Juventud, denominada assim desde o 1969, antes Frente de Junventudes, reivindica com Arosa Folk o seu direito a existir «frente a los que pretenden monopolizar las actitudes juveniles». De fato, o festival vai ser como o canto do cisne —um canto caríssimo— pois em 1977 sai o decreto de dissolução da Delegação Nacional de la Juventud.

Uma das perguntas à que todavia não encontrei resposta certa é o porquê de ter-se escolhido à Ilha de Arousa como cenário do macro festival. É possível que na mente dos organizadores estivesse presente a estética Woodstock ou, ainda mais, o Festival da Ilha de Wight, celebrados entre 1968 e 1970, sempre no mês de agosto: «Se trata de la mayor manifestación “folk” celebrada hasta ahora en España, capaz de rivalizar com el festival celebrado no hace muchos años —y cuyas fotos dieron la vuelta al mundo— en la isla de Wight, en el canal de la Mancha.» ABC 09/07/1976 p. 29 A Ilha permitia um isolamento interessante para manter a ordem, havia natureza virgem para fazer escoteirismo, e a península estava bem pertinho por se a guarda civil tinha de intervir. De fato, em Vila Nova houve um destacamento em previsão duns incidentes que apenas se deram. «Consideramos que era un bello marco en Galicia y con un paisaje precioso, también porque reúne una serie de condiciones favorables para llevar a buen término la consecución del certamen.» Odiel, 02/09/1976 p. 13 Quem diz isto último é Julián Granados, o director artístico do Arosa Folk e o ideólogo que propusera três anos antes à Delegación Nacional a criação dum evento destas características.

Bandeiras galegas e anarquistas apareceram penduradas o primeiro dia do festival. Isto era frequente nas concentrações populares, pelo que já era aguardado pela organização. Os do Frente de Juventudes, assim se lhe continuou a chamar a pesares do câmbio de denominação, contra-atacaram pendurando eles próprios bandeirolas galegas: «Y es cierto que el blanco y azul ondeaba junto con la bandera nacional y la enseña falangista.» O mesmo aconteceu com o hino: «Mientras que el himno gallego era cantado los dos primeros días, ya de madrugada, por los grupos que se habían distinguido como más combativos, en la clausura fueron los propios organizadores los que lo iniciaron desde el escenario. Y resultaba curioso ver como, bajo el mismo himno, puños cerrados, saludos fascistas y gestos de victoria se mezclaban entre los espectadores. Y es que de todo eso había.»

Nos cenários cantou-se a León Felipe, Alberti, etc. Xoan Silva, representante da província de Ponte Vedra, interpretou Inverno, de Celso Emílio e Acción Gallega de Cabanillas.  Os galegos foram, pelo simples feito de cantar na nossa língua, os mais vitoriados. Pela mesma razão, a apresentadora Eva Gloria  (1951-2007) foi apupada. Pedia-se-lhe que falara na nossa língua ao que ela, acima do cenário, respondia entre lágrimas que quisera faze-lo, mas não sabia. Além dos gritos teve de aguentar algum cano de verdura, vegetal emblemático do Carnaval arousão, que lhe foi presenteado por um público furioso. O outro condutor do festival foi José María Comesaña (1949-1996), que até pouco antes da sua morte trabalhou nas tardes de María Teresa Campos. Os organizadores achavam que contratando a Eva Gloria, apresentadora do musical juvenil da TVE Aplauso e a cara mais sexy do ente, estava todo feito. Mais uma vez se equivocaram e logo se arrependeram de não trazer um produto local. Todo faz pensar que a eleição de Eva Gloria e Comesaña foi uma aposta pessoal de Julian Granados.

Um dos aspectos mais controvertidos é a de se houve veto a certos cantores de intervenção. Fala-se de que a organização convidara a grandes nomes como Lluis Llach e Maria Del Mar Bonet. Também aos Vozes Ceives, tais como Benedicto, Bibiano ou Miro Casabella. De ser certo eles recusaram ir, mas é possível que existisse um veto ou que simplesmente fossem ignorados.


Como dado não carente de certo pitoresquismo, lembrar que o festival contou com um hino próprio composto pela cantora santanderina Maruca, nome artístico de Maria del Mar Quiroga de Viedma. Titulou-se dito hino Isla de Arosa, ouArousa Island, na  sua versão em inglês. A partitura chegou a ser editada em papel mas, que eu saiba, nunca em vinilo.
Por último destacar as fantásticas fotografias de Rafael Rubio  que acompanham ao artigo. Além de apresentar quatro imagens em cor, das poucas que tenho visto do festival, há uma em preto e branco na que aparece o rosto de vários carcamães assistentes ao evento. Em primeiro plano, María Suárez García, —Maria a Cuncha— e a sua filha Maria Garcia Torrado. O conhecimento da identidade das retratadas devo-lha as pesquisas do meu irmão Xoan Dopico Orjales.




Como apêndice a esta postagem quisera transcrever aqui um artigo de Juan Otero Dios, Nitucho, autor duma novela, Pregones de una caracola y narraciones de un grumete. Mesmo que nascido na Ilha de Arousa —era filho do grande Juanito de Luisa— morava em Huelva onde colaborou com o jornal Diario Odiel. O 28 de agosto de 1976 publicou um artigo titulado Arosa Folk 76, no que amostra a sua surpresa pela celebração deste evento na sua ilha natal. Sirva esta achega como reconhecimento à família dos Otero da Arousa, uma saga de escritores ainda não suficientemente reconhecida pelos seus conterrâneos.

AROSA FOLK 76

(Con mi recuerdo mas entrañable para los bravos marineros isleños, eternamente empapados por las olas y quemados por el Sol).

Con mayúscula sorpresa, leo en la prensa haber sido elegida mi cuna, la Isla de Arosa, como escenario del «Festival Arosa Folk 76».
Nunca más acertada elección para ello, habida cuenta de las bellezas naturales atesoradas por ese puñado de tierra, anclada en el casi matemático centro de la ría del mismo nombre, cuyas ondas mecieran los sueños literarios de don Ramón del Valle Inclán y los Camba, amén de otros grandes literatos y poetas que vieron las primeras luces en las privilegiadas riberas arosanas.
Como digo al comienzo, leo la noticia bajo la influencia de la sorpresa, habida cuenta de que la Isla de Arosa siempre ha sido como una cenicienta comarcal, que si algo posee de valor es totalmente intrínseco y no por obra y gracia de concesiones gratuitas de los gobiernos que se han sucedido a lo largo de su historia.
Por ejemplo, la Isla de Arosa, es el emporio conservero más importante de la Península en razón a su geografía. En ella, ha nacido la fabricación de conservas de mariscos en el mundo y los pescados han sido conservados con antigüedad equiparable a la de cualquier destacado centro industrial conservero de la nación. En la antigüedad también fueron sus astilleros, los constructores de naves para luchar contra corsarios, y para defender la nación de fuerzas invasoras.
En cambio, la Isla de Arosa, siempre ha carecido de todo o casi todo. Una de sus necesidades más perentorias, es un puente que la una a la Península, ya que sus siete mil habitantes se hallan aislados y a merced de todas las inclemencias meterológicas, que en los inviernos de Arosa causan grandes trastornos a sus moradores. Este puente, es el sueño dorado de los isleños, súplicas que siempre fueron desoídas, tal vez por propia conveniencia de intereses creados ajenos, que se lucran masivamente a costa del aislamiento isleño.
Por eso este «Arosa Folk 76», me escama grandemente que sea ubicado en la Isla de Arosa. A no ser que sus organizadores carezcan de los suficientes medios económicos para costearlo, o que la subvención, si es que la hay, sea de tan poco valor que no pueda con ella costearse la intervención de una pareja de gaiteros. Entonces, claro, mejor escenario y mas barato, no estaría al alcance de la comisión. Y con respecto a civismo, también es casi seguro que pocos lugares podrán presumir como ella puede hacerlo. Con decir que estos 7.000 habitantes viven sin control de autoridad alguna en total armonía, creo que está más que demostrado el alto grado de humanidad y educación ciudadana.
Y como no hay buena fiesta sin buen comer, la mariscada y variedad conservera que a buen seguro la gentileza y hospitalidad isleñas aportarán gratuitamente, habrá sido un importante renglón más a favor de la elección del escenario sin par designado. Por lo menos, por una vez se ha demostrado buen gusto y hecho justicia. 
Juan Otero Dios
ODIEL Sábado, 28 de agosto de 1976 p.12 


Cartaz Arosa Folk 76
Arquivo Xoan Dopico

terça-feira, 18 de agosto de 2009

nº 62 Arosa Folk 76. I

Arousa Folk 76, o Woodstock à moda da casa.
Faz quarenta anos que o homem pisou por primeira vez a lua. Sei-no como todo o mundo, porque os meios de comunicação não deixaram de falar do assunto, e sei-no porque eu também tenho quarenta anos. Ser do 69 tem o seu aquele. Alem do erotismo do algoritmo, fica bem ter nascido em fins da década prodigiosa, quando Ono e Lenon andavam acamados in-bed e a malta se manifestava contra a guerra do Vietname. Os glosadores de efemérides andam agora com o do festival de Woodstock, a festada hippie celebrada em Agosto de 1969. Quiçá motivado pelo impulso mediático, visionei novamente a película que Michael Wadleigh dirigira sobre o evento, só um ano após da sua celebração. Ao ver as imagens lembrei um festival no que esteve presente quando criança: o Arousa Folk 76, o nosso pequeno Woodstock.
  • Organização do evento.
Em 1976 estavam a mudar muitas coisas. A morte do ditador Franco vai provocar um câmbio de regime que terá o seu ato final na aprovação da constituição do 1978. Mas durante um tempo os organismos e as instituições do estado seguiram a ser as mesmas, algumas tentando desesperadamente ter acomodo no novo estatus quo. Isto foi o que aconteceu com a OJE que viu minguar os seus privilégios, passando de ser um organismo do Estado a uma associação pública, trás a desaparição da Delegación Nacional de la Juventud (conhecido como Frente de Juventudes).

Arousa Folk 76, foi a última oportunidade que os dirigentes da Delegación Nacional e da OJE tinham para demonstrar a sua capacidade de organização e o seu renovado espírito democrático e conciliador. Pelo festival que se celebraria na Ilha de Arousa passariam jovens artistas de todo o território do Estado Espanhol, cantores, músicos tradicionais e folques que usariam a sua própria língua, incluindo textos sociais, políticos ou de poetas silenciados. Mas, contudo, a Delegación Nacional de la Juventud, por boca do seu delegado provincial deixará as cousas claras:


«Frente a los que pretenden monopolizar las actitudes juveniles, la Delegación Nacional de la Juventud, en esta ocasión, lo único que desea es cumplir la misión de servicio que le encomienda el estado.»


O projecto no que se inscrevia esta actividade, junto com outras como os encontros internacionais GAMA-76 que foram visitados pela Rainha Sofia e os seus filhos, tinham o nome um tanto ostentoso de Operación Arco-Iris. Na equipa que vai organizar o festival decide-se que o director artístico seja Julián Granados. Este músico granadino era um autor de muito sucesso nos 70 com o seu tema “Lupita”, número um na lista de ventas. Posto em contacto com ele confessou-me ter umas boas lembranças daquele festival e numerosos documentos no seu arquivo pessoal.

Se em Woodstock o lema era Uma Exposição Aquariana: 3 Dias de Paz & Música, em Arousa folk reduzia-se a um significativo Libertad y armonía. Por ter até tinha um hino composto pela santanderina Maruca com estrofes em castelhano e estribilho em inglês, não fora que houvera visitantes estrangeiros. O título também tinha versão cañi e anglófona: Arosa Folk 76 e Arosa Island.

Para seleccionar aos participantes houve prévias por todo o Estado. Foi para isto muito importante a colaboração de Radio Cadena Española e a Cadena de Emisoras Sindicais (CES) dependentes da Secretaría General del Movimiento.
  • Aquele mágico setembro.
Os músicos participantes foram recolhidos por autocarros por rotas que percorriam toda a geografia do Reino:

«Nos dieron una bandera de la ciudad, con el escudo para ponerla allí y en un autobús que arrancaba desde Valencia y venía recogiendo a gente hasta allí hicimos el viaje, que entonces era eterno y penoso.» José Luis Gómez (Grupo Tahona)

A lista de participantes foi mesmo impresionante:




O lugar escolhido para os concertos era em Testos, num pinhal frente ao campo de futebol Salvador Otero.



Eu lembro vagamente de ir com os meus irmãos e ver algum de aqueles concertos sobre um cenário que aos meus olhos de criança e suponho que aos de qualquer espectador do ano 76, resultava muito mais grandioso do que agora se aprecia nas fotografias. O alojamento dos artistas consistiu em barracas de lona instaladas no interior do campo de futebol:

«Como sabrás el lugar de celebración era en un pinar en cuesta junto a la playa y el campo de futbol y abajo de la cuesta donde se sentaba en el suelo el público, estaba el escenario. La mayoría de los grupos actuábamos borrachos a diario pues la juerga fué de órdago ya desde el primer día pasamos de la organización de la OJE y de la SECCION FEMENINA y lógicamente dormíamos tios y tias juntos, el chico del puesto de helados nos traía "de estranjis" ginebra para mezclar con cola, había canutos a tutiplén y recuerdo el coñazo del helicoptero desde primera hora de la mañana pues aterrizaba en el mismo campamento para traer al personal del servicio, evacuar a enfermos, periodistas, la TV ...etc.» José Luis Gómez (Grupo Tahona)

O menú consistiu, segundo nos conta José Luis Gómez, em polvo com batatas no almoço e omeleta e sopa para a ceia. E assim os quatro dias...



No filme de Michael Wadleigh também se vê um helicóptero a aterrar entre os assistentes ao festival. Num desses artefactos desce Janis Joplin.

  • Final.
Esta postagem só é uma posta em conhecimento de algum dos dados recolhidos por mim até o momento, mas a pescuda só acaba de começar. A pouco que procuramos informação daquele festival aparece ante nós como um fato histórico no que à descomposição da rede social franquista se refere.

Uma curiosidade: ao ano seguinte, tentou-se fazer um segundo Arousa folk. Nalgumas comunidades já tinham feita a prévia quando receberam a nova de que o festival fora suspendido. A razão oficial era que havia outras prioridades, mas o certo é que o 1977 foi o ano do fim oficial da Delegación Nacional de la Juventud ou o que é o mesmo, o Frente de Juventudes.



O meu agradecimento a Javier do grupo Orégano por emprestar-me o seu arquivo fotográfico e a José Luis Gómez do grupo Tahona, pelos seus comentários inteligentes.
Fotografias: Arquivo Grupo Oregano.