Resulta muito agradável abrir o jornal, neste caso a edição digital de Galicia Hoxe, e ler uma entrevista a um criador arousão, o poeta Ramón Nieto Otero.
Ganhador da XXII edição do prémio nacional Xosé María Pérez Pallaré, é para mim uma autêntica novidadade, que vem de reafirmar o definitivo despertar cultural da Arousa.
Ramón pertence a uma geração de criadores pós-ponte que destacam em âmbitos quase inéditos na nossa ilha, fazendo que vivamos um momento histórico digno de ser estudado em detalhe.
Na poesia, antes que os de Ramón, publicaram-se os versos de Eugénio Outeiro, se bem até o de agora eu não consegui nenhum exemplar da sua obra editada. Antonio Millán continuou a que quiçá é a faceta artística mais desenvolvida pelos carcamães, a pintura, com o exemplo ilustre de Evaristo "O Mudo" ou Tito Oubiña. Na música, Iván Oubiña ou Miguel Allo, no periodismo Helena Domínguez, no cinema Marcos Nine. Da minha geração o aparelhador e bom amigo, Manuel Torres Búa, autor de A arquitectura en Galiza em NigraTrea.
Seguro que há muitos mais artistas da Arousa aos que agora não lembro e cuja importância reside em que a sua obra não tem apenas um valor local, senão que transcende para situar à nossa pequena vila no panorama cultural nacional.
Haveria que analisar a razão deste despertar. Eu acho que as causas são muitas e complexas. Só para a reflexão o seguinte:
1º Seria simplista pensar que foi a ponte a que propiciou isto. Estas pessoas das que venho de falar nasceram quase que todos nos setenta, aproveitaram as oportunidades que lhes deu a nossa continentalidade, mas também foram os descendentes duma geração prévia que pôs os alicerces para a renovação cultural.
2º Esta geração prévia foi a da transição que dotou de poder político aos vizinhos da Arousa, chegando a governar na totalidade do concelho de Vila Nova. Do seu pulo cultural nasceram instituições importantes como a Asociación Dorna ou a Universidade Popular, de quem sempre estaremos em dívida os membros do grupo Leixaprén.
3º Outro factor importante foi a solvência económica das famílias, muito limitadas na época em que a Arousa era um povo de marinheiros e trabalhadoras da fábrica. Com a aparição das bateias e outras achegas económicas tais como os capitais feitos na emigração, o turismo (desde a abertura da ponte) e incluso o negócio do contrabando ou narcotráfico, elevou muito o nível de vida dos arousães, o que favorece que o futuro das novas gerações possa não ser inevitavelmente o mar.
4º Outra das questões a ter em conta é a importância do vínculo permanente com a terra, é dizer, à Arousa, embora estejamos a falar de artistas muitos deles radicados no exterior, ou como no caso de Miguel Allo, filho, directamente, da emigração.
Seja como for, o certo é que contamos com uma grande colectânea de talentos que estão a espalhar o nome da Arousa lá por onde vão. Isto que soa a tópico é um bom resumo a esta postagem: eles são os melhores embaixadores do nosso povo. É por isto que a câmara municipal, as instituições dos ilhéus e os ilhéus mesmos deveriam sentir-se orgulhosos é o mesmo tempo comprometidos com o apoio e divulgação da obra destes artistas. De não ser assim, logo chegaram tempos escuros.
Ganhador da XXII edição do prémio nacional Xosé María Pérez Pallaré, é para mim uma autêntica novidadade, que vem de reafirmar o definitivo despertar cultural da Arousa.
Ramón pertence a uma geração de criadores pós-ponte que destacam em âmbitos quase inéditos na nossa ilha, fazendo que vivamos um momento histórico digno de ser estudado em detalhe.
Na poesia, antes que os de Ramón, publicaram-se os versos de Eugénio Outeiro, se bem até o de agora eu não consegui nenhum exemplar da sua obra editada. Antonio Millán continuou a que quiçá é a faceta artística mais desenvolvida pelos carcamães, a pintura, com o exemplo ilustre de Evaristo "O Mudo" ou Tito Oubiña. Na música, Iván Oubiña ou Miguel Allo, no periodismo Helena Domínguez, no cinema Marcos Nine. Da minha geração o aparelhador e bom amigo, Manuel Torres Búa, autor de A arquitectura en Galiza em NigraTrea.
Seguro que há muitos mais artistas da Arousa aos que agora não lembro e cuja importância reside em que a sua obra não tem apenas um valor local, senão que transcende para situar à nossa pequena vila no panorama cultural nacional.
Haveria que analisar a razão deste despertar. Eu acho que as causas são muitas e complexas. Só para a reflexão o seguinte:
1º Seria simplista pensar que foi a ponte a que propiciou isto. Estas pessoas das que venho de falar nasceram quase que todos nos setenta, aproveitaram as oportunidades que lhes deu a nossa continentalidade, mas também foram os descendentes duma geração prévia que pôs os alicerces para a renovação cultural.
2º Esta geração prévia foi a da transição que dotou de poder político aos vizinhos da Arousa, chegando a governar na totalidade do concelho de Vila Nova. Do seu pulo cultural nasceram instituições importantes como a Asociación Dorna ou a Universidade Popular, de quem sempre estaremos em dívida os membros do grupo Leixaprén.
3º Outro factor importante foi a solvência económica das famílias, muito limitadas na época em que a Arousa era um povo de marinheiros e trabalhadoras da fábrica. Com a aparição das bateias e outras achegas económicas tais como os capitais feitos na emigração, o turismo (desde a abertura da ponte) e incluso o negócio do contrabando ou narcotráfico, elevou muito o nível de vida dos arousães, o que favorece que o futuro das novas gerações possa não ser inevitavelmente o mar.
4º Outra das questões a ter em conta é a importância do vínculo permanente com a terra, é dizer, à Arousa, embora estejamos a falar de artistas muitos deles radicados no exterior, ou como no caso de Miguel Allo, filho, directamente, da emigração.
Seja como for, o certo é que contamos com uma grande colectânea de talentos que estão a espalhar o nome da Arousa lá por onde vão. Isto que soa a tópico é um bom resumo a esta postagem: eles são os melhores embaixadores do nosso povo. É por isto que a câmara municipal, as instituições dos ilhéus e os ilhéus mesmos deveriam sentir-se orgulhosos é o mesmo tempo comprometidos com o apoio e divulgação da obra destes artistas. De não ser assim, logo chegaram tempos escuros.
Por enquanto, continuo a aguardar pela publicação do poemário de Ramón Nieto Otero: que seja logo.
1 comentário:
E e unha pena. e falo por min e por moita xente que case seguro coma min non sabe, oun sabe a metade do que deberia saber sobre vos, que sodes xente deste pobo e levades o nombre del polo mundo, coa vosa musica. poesia, escritura. cine, fotografia. etc...
e falo da parte que me toca tamen non.o meu fillo e fotografo de moda e tamen estivo sempre moi vinculado a musica . no seu estilo por suposto moi diferente o folcklore,e nadie o sabe. como eu un dxia me olvidei de leixapren que foron creo, si non me equivoco, al menos o que eu sepa os primeiros na illa en formar un grupo de folk galego.esas cousas son importantes e hay quwe decirllas os mais novos e tamen os menos novos. porque dende o concello non se fai algo mais por dar a coñezer esA XENTE tan valiosa que temos no pobo? E verdade que agora empezamos a ver un pouco mas de movemento nese sentido, pero considero que non o suficiente. bikiños!
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