quinta-feira, 9 de julho de 2009

nº 55 A Câmara de Ugia III

Madrigal do Nó Amante
ou
Bolero Gordiano

Quisera ser um nó
para abraçar-te
com o meu chicote
fazer-te o amor,
ser lais de guia
para salvar-te
se há naufrágio
no coração.

Alma com alma
atar bem curto,
ser o sujeito
da tua oração,
- Arria cabo!
que tu me digas
quando te abafe
minha paixão.

Quero empatar
a minha aorta
na tua cava
e em transfusão,
deitar em ti
fluído amante
num rito antigo
de perversão.

Quero ser nó
que tu desates
quando remates
esta canção,
embora sejas
a sentinela
que guarde o fio
do meu amor.

Fotos: Ugia Pedreira ©; Texto: Orjais ©

2 comentários:

Anónimo disse...

Moi bo, Pepinho e Ugia. Nese mesmo lugar hai unhas pequenas cobiñas nos cons que son o resultado dos mariñeiros machacar magas e restos de peixe para preparar o enghado que se empregaba para pescar, dundamentalmente ós burases. É posible que algún dos ferros estexa afirmado nunha desas cobas. Parabéns ós dous. Pódese ver e sentir de mil maneiras diferentes, e desde logo, eu que son da Arousa, nunca mirara nin sentira así. Grazas.

José Luís do Pico Orjais disse...

Obrigado, e desculpa a minha demora em respostar, mas estou em obras. Um abraço forte.