segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

nº 228 Um trisquel e uma cabeça cortada.


Um trisquel e uma cabeça cortada
em Rianxo.

Os meus companheiros de Barahúnda mostraram-me um lugar de extraordinária beleza, as ruínas duma vivenda que guarda toda a magia dos espaços abandonados pelo homem e, em consequência, recuperados pela natureza. Nada mais chegar os meus olhos ficaram fixos numa pedra, mais exactamente o pé-direito duma porta. Sobre ele apreciei a gravura dum trisquel, o primeiro trisquel que eu vi gravado numa rocha do concelho de Rianxo. Levo muitos anos perseguindo as marcas que deixou um ser humano numa época remota e que chega a mim como uma mensagem que devo ler com atenção. E neste caso, sentia-me especialmente feliz porque ia de mãos dadas de Jose e Helena (Barahúnda), dois amigos aos que tantas vezes tenho relatado os meus encontros com os graffiteiros do passado.

O curioso é que muito próximo ao trisquel havia outro achado, nada menos que uma cabeça cortada, semelhante às que já documentara na igreja de São Pedro de Vilas.

Este blogue tem como filosofia documentar aquilo com o que me encontro e só opinar sobre  aspectos dos que considero que tenho algum conhecimento. Não é o caso da matéria que nos ocupa. Eu não posso dizer com certeza de que época histórica são estas peças, se as duas pertencem ao mesmo período, se ambas são reutilizações ou que coisa são... Tenho as minhas opiniões a respeito, mas nunca as publicarei sem contrastar com arqueólogos ou historiadores de arte. O que sim posso assegurar é que estas ruínas tesouram restos arqueológicos duma grande importância e que precisam ser estudadas com urgência, principalmente pelo estado no que se encontra a edificação. Aguardaremos boas novas. 

Trisquel

 Cabeça cortada
(Tal vez uma mocheta ou um modilhão)

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