sábado, 17 de janeiro de 2015

nº 194 A música dos Dieste


Entre as partituras do Fondo Local de Música do Concello de Rianxo contamos com uma boa quantidade de partituras impressas que sem qualquer lugar a dúvidas pertenceram à família Dieste. Num livro factício [Reg. 103-125] que houve de ser desencadernado pelo mal estado das capas, há quatro partituras com a assinatura dos proprietários, como por exemplo, Elisa Saint Martín (1884-1974), mulher de Eladio Dieste (1880-1972) e mãe do famoso engenheiro galego-uruguaio Eladio Dieste Saint Martín (1917-2000).
Deixo-vos uma tabela completa com as referências diestinas:


Resulta-me especialmente interessante a titulada Duo de amor do compositor duranguês Francisco Fournier Salas (1879-1921). Como se pode ver no quadro, o autor dedica esta obra ao seu fino amigo Antonio Dieste, com data de 18 de decembro de 1913. Justo dois anos antes, em 11 de setembro de 1911, chegava ao porto de Tampico, em México, D. Antonio Dieste Gonçalves, a bordo do vapor correio «Reina Maria Cristina» que partira da cidade galega de A Coruña. Seis anos mais tarde, um novíssimo Rafael Dieste viaja a Tampico, permanecendo em México apenas um ano. Em quase que todas as biografias e ensaios sobre a vida do autor de Dos arquivos do trasno, disse que Rafael foi a junta seu irmão para ajuda-lo nos seus negócios. Não sei se é tão conhecido o feito de Antonio Dieste ser Cônsul de Uruguai em Tampico, tal como aparece no Diario Oficial del Gobierno Constitucionalista del Estado de Yucatán (República Mexicana) Ano XIX Nº 5696 01/06/1916


Fonte: Hemeroteca Nacional de México

O resto das partituras ilustram perfeitamente os itinerários pessoais dos membros da família Dieste: refinadas canções francesas, tangos portenhos, cantos nacionais mexicanos e até uma formosa edição de Los [sic] Segadors.

Documentando as partituras.

A última das partitura [Reg. 125] ilustra à perfeição o México que se encontrou Rafael Dieste quando foi visitar ao seu irmão Antonio. Naquela valleinclanesa Tierra Caliente lutavam as tropas de Villa, Zapata, Venustiano Carranza, o exercito constitucionalista... Um músico, José de Jesús Martínez compunha alguma das melodias mais belas desse período, entre as quais, Magdalena, uma valsa dedicada ao seu amigo Arturo Jiménez.
Em 8 de maio de 1916, nove dias antes do seu 28 aniversário, José de Jesús Martínez subiu ao comboio em direção a Cuernavaca. O Governador do Estado de Morelos encomendara-lhe escolher, comprar e transladar até lá um piano que ofereceria à sua mulher com motivo de seu aniversário. Ao chegar a Topilejo, os zapatistas interceptaram o comboio e fizeram baixar aos passageiros.

«Entre los vencidos destacaba un uniformado, José de Jesús Martínez, Inspector General de Bandas del Ejército Constitucionalista, con mueca de disgusto separó de los otros al músico y compositor, veloz ordenó que se integrara un pelotón de fusilamiento y con voz ronca ordenó: “Fusilen al militar carraclán”… la descarga se escucho en cerros y valles aledaños. Al conocer a los pocos días la noticia, el Gobernador Dionisio Carreón preguntó: ¿Donde quedó el piano? » RAMOS, Mario Arturo La voz del norte. 24/06/2012 [Edição Digital]



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