quinta-feira, 6 de maio de 2010

nº 83 O folclore musical da Arousa.



Esta cantiga aparece no Cancioneiro Popular Galego de Dorothe Schubarth e Antón Santamarina. É uma formosa melodia com um estribilho que já cantara o Santalices junto com a sua sanfona. Nada teria, portanto, de especial de não ser que foi recolhida na Arousa em 1979 a uma mulher chamada Maria, de 73 anos, trabalhadora da fábrica de conservas e padeira.
Depois de muito ler nos cancioneiros galegos acho que esta é a única peça recolhida na nossa ilha e que foi publicada em papel. Fez anos, tentei saber quem podia ser esta senhora, mais não dei com ela. O certo é que o património musical arousão com o que contamos até hoje reduz-se a esta simples partitura e ao fantástico disco Foliada nas Rias Baixas, gravado em agosto do 1969 por uma equipa italiana de investigadores dirigida por Roberto Leydi.
Na página http://folkloregalego.blogspot.com/ podes baixar os audios (premer aqui). Esta digitalização está feita dum cassete. Eu tenho o LP que achega um interessante libreto em italiano e inglês onde se dão algumas informações muito interessantes da festa na Island of Arosa. Como exemplo o seguinte comentário:

Carry Me, Carry Me. (É dizer: leva-me, leva-me)

Right after lunch, in one of the taverns on the island, a group of fishermen start singing. The example is quite interesting because of its plifonic structure (in thirds).

Embora chegar-mos com décadas de atraso, acho que ainda é possível recolher algumas formosas peças de esse folclore marinheiro de quando na Arousa havia tabernas e ganhas de cantar. Se existir, que bom seria transcreve-las para que ficaram a salvo da desmemória.

12 comentários:

Anónimo disse...

acabo de descrubirte, grazas polas noticias de portugal saudos .-manueldominguez.es and .-ribeira.eu

Paco do Martelo disse...

En Nebra (Porto do Son) temos unha cantiga moi parecida que di así:

A miña muller é vella
Enterreina no palleiro
Deixeille un brazo de fora
Para tocar o pandeiro

Un saúdo

José Luís do Pico Orjais disse...

Obrigado a Manuel: 25 de Abril, Sempre!
Paco, Certamente a cantiga é muito comum, tanto a letra como a melodia com diferentes variantes, mas não deixa de ter o seu engado. Não tem nada a ver mas em Nebra comprei a minha sanfona, ao bom amigo José. Se o conheces dá-lhe um saúdo.

susana moo disse...

jajaja, non a coñecía!
Grazas, fago algúns contos con cantigas, invítoche a lelas; http://www.susanamoo.com/category/cantigas-quentinas/

Encantada

José Luís do Pico Orjais disse...

Obrigado Susana. Gosto imenso da tua página. Lerei com atenção os relatos.

Paco do Martelo disse...

José Luís, ese saúdo será-lle transmitido.

Anónimo disse...

Esta cantiga collímola os da "Relinga" do libro do Cancioneiro de D.S. e A. S. para incluíla no noso repertorio, engadíndolle tres coplas máis. Agora estámola a cantar no grupo da Asociación Dorna con Warren. Con respecto a Señora María témola localizada; seica é (era) familiar dalgún rapas ou rapasa que está na nosa Asociación.
Se falas con Uxío darache máis pormenores.
Malena

Malena disse...

Segundo fontes arousás a señora María é María de Rogelia que tiña a panadaría por baixo da costa de A Torre, polas rúas de O Con do Moucho. É a nai de MªPilar.

José Luís do Pico Orjais disse...

Obrigado Malena. Já me tinham dito que era a mãe de Pilar mas não me davam as datas. Com Uxio tenho uma cantada pendente, a ver se nos encontramos nalgures.

Anónimo disse...

Eu xa recordo a señora Maria con moitos anos, non sabia desta cancion.Nacin aqui e teño que entrar no teu blog pa aprender algo do meu entorno.Gracias!

Como lle vai a pequena Dalia? seguro que preciosa!.Saudos

José Luís do Pico Orjais disse...

Eu também a lembro muito vagamente. É sorte que ficara esta canção no cancioneiro da Schubarth. Obrigado.

Michell Niero disse...

Olá José, como vai?

Embora um pouco distante, continuo lendo seu blog. E achei realmente interessante essa postagem. Uma bela oportunidade para mais pessoas conhecerem a riqueza do folk galego. Vou republicar este artigo no O Patifúndio! ok?

E aproveitando, caso tenha alguma boa história da Galiza para contar, fique
vontade para usar o nosso espaço.

Um abraço