quinta-feira, 30 de outubro de 2008

nº 03 Meu cinema 1





Aldeia da Roupa Branca, é um filme de Eduardo Chianca de Garcia (14 de Maio de 1898 - Rio de Janeiro, 28 de Janeiro de 1983). Foi estreada em 1939 e relata a história das disputas entre as famílias do Tio Jacinto e a viúva Quitéria. Quando a vi, fiquei admirado com a cena inicial na que Beatriz Costa canta acompanhada do coro de lavandeiras, ajoelhadas fronte ao rio Doiro. Todo o filme é uma alegoria da luta entre a cidade e a aldeia. Neste quadro de costumes, os velhos carroceiros negam-se a abandonar as suas viaturas de tração animal, e só é no remate que aparece um moderno caminhão. A cidade é a terra dos perigos, do fado, das más companhias, no entanto que a aldeia é o canto popular, a gente trabalhadora e honesta.

Numa outra cena antológica, os patrões transportadores, contratam suas respectivas bandas de música para as festas da aldeia. Entram desfilando em direção contrária pelo largo principal, até investir uns com os outros e dar começo a uma grande briga.

É um filme para não perder.

Aldeia da Roupa Branca
Beatriz Costa
Composição: Raul Portela, G. Chianca, A. Curto

Ai rio não te queixes,
Ai o sabão não mata,
Ai até lava os peixes,
Ai põe-nos cor de prata.

Roupa no monte a corar
Vê lá bem tão branca e leve
Dá ideia a quem olhar
Vê lá bem que caiu neve

Água fria, da ribeira,
Água fria que o sol aqueceu,
Velha aldeia, traga a ideia,
Roupa branca que a gente estendeu.

Três corpetes, um avental,
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol. (BIS)

Ai rio não te queixes,
Ai o sabão não mata,
Ai até lava os peixes,
Ai põe-nos cor de prata.

Olha ali o enxoval
Vê lá bem de azul da esperança
Parece o monte um pombal
Vê lá bem que pombas brancas

Água fria, da ribeira,
Água fria que o sol aqueceu,
Velha aldeia, traga a ideia,
Roupa branca que a gente estendeu.

Três corpetes, um avental,
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol. (BIS)

Ai rio não te queixes,
Ai o sabão não mata,
Ai até lava os peixes,
Ai põe-nos cor de prata.

Um lençol de pano cru,
Vê lá bem tão lavadinho,
Dormimos nele, eu e tu,
Vê lá bem, está cor de linho.

Água fria, da ribeira,
Água fria que o sol aqueceu,
Velha aldeia, traga a ideia,
Roupa branca que a gente estendeu.

Três corpetes, um avental,
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol. (BIS)


Sem comentários: