quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

nº 127 Opúsculos das Artes.


Em parceria com aCentral Folque e coa colaboração da Pró Academia Galega da Língua Portuguesa, Ilha de Orjais acaba de botar ao mar um novo barco com rumo incerto mas muito esperançoso. O dito navio chama-se Opúsculos das Artes, e pretende ser uma revista digital de descarga gratuita que porá a dispor de toda a comunidade aqueles documentos  que consideramos de imprescindível consulta.
Está alojada no portal de descargas de aCentral Folque: http://commons.folque.com/
No mesmo apresentámonos da seguinte forma:


Opúsculos das Artes é uma revista de achegas, de graça e em suporte digital. Disponibilizaremos documentos sobre as diferentes disciplinas da Arte Galega que até hoje estavam desaparecidos, ignorados ou invisíveis entre os inúmeros objetos das bibliotecas, arquivos e museus. Opúsculos das Artes nasce da vontade de aCentral folque e do blogue Ilha de Orjais de fazer divulgação desses documentos, considerando que devem ser de fácil acesso para investigadores e para o público em geral. Publicaremos um mínimo de dois números por ano, com contidos que tenham a ver com as diferentes disciplinas artísticas como a música, literatura, fotografia, pintura, etc.
Em definitiva, Opúsculos das Artes é também uma revista cooperativa, que deve nutrir-se do trabalho solidário dos investigadores, tendo como princípio básico a retroalimentação e colaborando na construção duma comunidade científica galega documentada e solidária.
O primeiro volume de Opúsculos das Artes está dedicado à figura do artista plástico e músico Isidoro Brocos (1841-1914), autor duma das obras mais formosas da escultura de costumes galega: O Velho da Sanfona. Da leitura dos textos em torno a esta pequena peça de barro, demos com um rico caudal de documentos sobre a música tradicional da Galiza, entre os que sobranceian os magníficos planos duma sanfona de 1909.
A vida dos Brocos, Isidoro e Modesto, daria para vários monográficos, e quem sabe se voltaremos a eles em futuros números dos Opúsculos das Artes, mas este primeiro dedicado à Sanfona de Isidoro Brocos entendemos que é um belo exemplo do que queremos seja a nossa revista.
Na mesma plataforma podes descarregar o livro do meu amigo e produtor dos Opúsculos das Artes, Ramão Pinheiro AlmuinhaA la Habana quiero ir. Los gallegos en la música de Cuba.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

nº 126 Entrevista de Iolanda Mato para a AGLP.

O mau de ir a congressos é que às vezes fazem caso do que diz. Já os velhos aconselham que não há que sair da casa sem dar-se um banho e sem a roupa interior bem limpa, que nunca se sabe. Por sorte, antes desta entrevista que aqui vos deixo, ate arrumbara um bocadinho a barba. Pena de corrector de olhos.
Já sem brincadeira, obrigado à Academia Galega da Língua Portuguesa pelo convite ao ato e a todos e todas os colabores que fizeram que este saíra tão bem.
Do vídeo só lamento que quase não se veja a Iolanda Mato, beleza, e ainda mais lamento que não se escute a sua formosa voz tão cheia desses matizes sonoros que não se aprendem de velho, só se entesouram de criança.
Obrigado também à Isabel Rei, que sempre anda argalhando para dar a ver o trabalho da Academia e, sem merece-lo, também o meu.

domingo, 27 de novembro de 2011

nº 125 A Câmara de Ugia XI



Dizem que as casualidades
são as milagres dos ateus,
quiçá por isso
eu acordei em ti
sem vontade própria.
Quiçá por isso,
sem sabê-lo,
aproei a minha nau
para o teu cais
na procura de abrigo,
Quiçá por isso,
quando preciso naufragar,
encosto-me ao teu ventre
- Princesa-de-Olhos-Aquáticos -
e deixo-me ressuscitar.



      AmadArousa
quem dera
- qual ontem -
ver-te durmir
na tua cama de lama:
MAIS LIBRE.
Quem dera ceibar-te na ria
sem adibal nem açeime
para novamente voares soa.
Meu pobre mascato
de aças rotas.

Poderão condenar-te

a ser mais uma, 
TERRA que quis ser MAR,
mas não serás privada
da garroa do meio-dia,
nem
de ser,
por sê-lo,
Pátria Definitiva
dos Extra Vagantes.




Foto: Ugia Pedreira ©; Texto: Orjais ©

domingo, 13 de novembro de 2011

nº 124 A lenda de Brandomil.


A seguinte história encontrou-me quando dava uma vista de olhos a um exemplar do jornal viguês Vida Gallega datado em 1918. A sua leitura resulta verdadeiramente deliciosa, pelo bem escrita que está, pelas ilustrações fotográficas, pela Galiza que transita entre o relato histórico e o mitológico.
O relato tem uma trama bem simpática: um grupo de amigos decide ir ao monte na procura de tesouros históricos, celtas em genérico, providos de cavalgaduras, picos, palas y palanquetas e dum ajudante anónimo, que digo eu faria às vezes de sherpa.
Os excursionista com nome são: Adelardo Novo, autor do relato e que o assina em Noya, Félix G. Caamaño, José Blanco Novo, o incrédulo Carrascosa e um tal Acitores. 
De todos estes ao único que dei identificado foi a Adelardo Novo Brocas, um homem com uma biografia que de ter eu talento, gostaria de por em forma de romance. Nasceu no Ferrol, como quase que todos os grandes galegos, em 8 de setembro de 1880. São muitas as histórias que se poderiam contar dele, mas achego só uns breves apontamentos.

Adelardo Novo

- Em 1904 emigra a Cuba, donde é expulso em 1917 por causa duns artigos publicados em Vida Gallega. Retorna à Ilha caribenha em 1919 pelo que o artigo que transcrevemos baixo estas linhas foi escrito em metade deste exílio. 

- Em 1930 visita novamente a península, fazendo a viagem transatlântica nada menos que a bordo dum zepelim, o Graft Zeppelim.

Graf Zeppelin
Fonte: La cantera

- Retornado definitivamente a España, o governo da república nomeia-o Gobernador Civil de diversas cidades até que em 1936 os fascistas o encarceram, morrendo em prisão em 1939.

A Lenda de Brandomil não tem desperdício. Aqui os arqueólogos amadores fazem arqueologia de pico e pá, levantam pedras e até tiram uma fotografia para deixar constância das suas façanhas. O que se diz discretos, não eram. Em fim, bem mirado, a coisa, a dia de hoje, não mudou muito. Os destrutores do património seguem mostrando o seu bom fazer no papel impresso; se antes era Vida Gallega, agora é na Voz de Galicia ou diretamente no DOGA. E se não que lhes perguntem aos de Taramancos...

Tradiciones gallegas
LA LEYENDA DE BRANDOMIL
POR ADELARDO NOVO

En cuanto oyó Carrascosa hablar de dólmenes, mámoas, vías romanas y de tantas otras huellas descubiertas, en le monte Barbanza, del paso de los celtas, no pudo contener la risa y con el mismo desdén de un arqueólogo convencido, nos dijo:
-         - ¡Bah! ¡Esas son leyendas!
-    - No, Carrascosa, no; no son leyendas, que mañana mismo vamos á Barbanza. Usted buscará picos, palas y palanquetas, una caballería que cargue con todos esos chismes y ¡arriba! ¡á la cumbre!  Á revolver en esos sitios donde hay vestigios celtas y á ver lo que encontramos.
-          - ¡Que hemos de encontrar! ¡Bah! ¡Esas son leyendas!
-     - No son leyendas, Carrascosa, no son leyendas. Usted ¿no ha oído hablar del hallazgo de un collar de oro? ¿No ha oído usted hablar de la aventura de Romaní? Romaní, un día, haciendo no se que excavaciones cerca de un camino, descubrió una cosa así como un horno. Había un montón de polvo finísimo y al lado del polvo, una punta de flecha ó de lanza, joya valiosísima como documento histórico de un periodo remoto. Que venga Romaní. Le oirá usted hablar y él mismo nos dirá hacia donde está ese lugar en el que descubrió el horno, aquel horno que no era otra cosa que una sepultura celta, y por allí, por allí excavaremos nosotros también.
Vino Romaní. Explicó con pelos y señales el hallazgo de aquella flecha ó lanza. El tampoco estaba muy seguro de lo que era aquello que había encontrado. Explicó también cómo lo habían despojado de esa joya celtíbera que se exhibió, para admiración de curiosos y eruditos, en la Exposición de Santiago. Y no había dado la vuelta Romaní, cuando Carrascosa, en el mismo tono socarrón de siempre, exclamó:
-          - ¡Bah! ¡Esas son leyendas!
-         -  Bueno, leyendas ó no, ¡á Barbanza!
Y allá fuimos hace unos días Félix G. Caamaño, José Blanco Novo, el incrédulo Carrascosa, hombre conocedor del terreno y práctico en caminos y encrucijadas. Acitores, otro ayudante que consideramos necesario y el autor de estas líneas.
La ascensión por las estribaciones del Barbanza, fue cosa entretenida. A medida que subíamos, el panorama iba apareciendo á nuestros ojos, hermoso, soberbiio. Y es que esta montaña se alza arrogante en medio de una de las comarcas más pintorescas de Galicia.
Sin rumbo, porque á última hora no pudimos concretar los lugares en los que el tiempo no ha podido borrar el rastro que dejaron los celtas, en sus correrías por estas tierras, vagamos por esta inmensa montaña, mirando aquí y allá, y riendo las humoradas de Carrascosa, satisfechísimo cada vez más de ver confirmadas sus dudas y con tanta suerte en sus excentricidades que ya decidido á amenizar la excursión removiendo piedras, para mayor escarnio de nuestras ilusiones, de debajo de la primera que levantó salieron corriendo dos monísimos ratones de monte, que nos dejaron fríos mientras Carrascosa reía á mandíbula batiente.
Nuestros entusiasmos investigadores fueron decayendo considerablemente.


Después de comer, nos entregamos á una siesta larga, muy larga.
Y ya cabizbajos y meditabundos regresábamos á nuestros lares. Abrumados por el peso de tanto infortunio, hicimos alto á la sombra de unos peñascos, para descansar y tomar alientos. La marcha se hacía cuesta arriba, aún cuando era cuesta abajo. Íbamos fracasados, completamente fracasados. Y aún el fracaso nuestro no era lo peor. Lo peor era el triunfo de Carrascosa. ¡Carrascosa, que siendo asistente de un capitán, le estropeó un par de calcetines y unas ligas, porque no supo separar las ligas de los calcetines! ¡Carrascosa, que llegó á creer que el termo era una leyenda como la de los dólmenes!


En estas y otras consideraciones, mudos todos, pasando la vista vagamente desde aquellas alturas sobre los numerosos caseríos que se descubrían, surge ante nosotros la tradición, como si la tierra se hubiese abierto para darle paso á la leyenda que de lar en lar había ido, años y años, abriendo las bocas de estos crédulos paisanos. Es un viejo que busca una vaca perdida. Y en un gallego dulce, enxebre, garimoso, nos interroga:
-          - Y ustedes ¿hace mucho que están por aquí?
-          - Sí, llevamos todo el día, - le contestó Caamaño.
-         -  Y ¿no habrán visto una vaca?
-         -  No; no hemos visto nada.
-         -  Se me fue esta mañana y no sé por donde rayos andará.
-     - Y usted –interviene Carrascosa, este arqueólogo chungón que nos acompaña y nos desespera, y que ya no cree ni que haya vacas en el mundo- ¿no ha oído hablar de unas piedras que dicen que hay por estos montes y que tienen mucho mérito y que están señaladas con unas letras?
-          - Y esas letras ¿serán mayúsculas?
-        - No hombre, no; le dice uno que acompaña á este viejo. Son unas letras que para ti y para mí no lo parecen, porque no entendemos de eso, pero son figuras romanas que los entendidos adivinan lo que dicen.
-    - Pues yo no señor, no le se de esas piedras y no le tengo oído nada. Yo sí, le tengo oído decir que allá arria le hay una piedras furada, y dicen, yo no le sé, que la furó una vieja hilando, hace mucho tiempo. También le oí decir que allá abajo le encontró un cantero de Noya una lanza. Y dicen que le dieron catro mil reás por ella. Pero no se si será cierto. Lo que sí le oí contar á mi padre –y aquí empieza la leyenda- fue lo de Brandomil, que ustedes ya lo sabrán.
-        -  Y ¿qué es lo de Brandomil, hombre?  Inquiere curioso Carrascosa.
-      - Pues verá: dicen que, una vez, un mozo de Brandomil encontró un papel escrito muy antiguo, en el que decía que en el monte de tal había veintitantos montones de tierra: que en uno de ellos, en el que miraba al poniente, estaba enterrado un tesoro que haría feliz al que lo encontrase. El mozo no pudo guardar el secreto y se lo comunicó á otro amigo á quien le propuso que le ayudara á desenterrar el tesoro. Así se lo prometió el amigo y convinieron en ir una noche los dos, con las herramientas del caso, en busca del tesoro escondido. Llegó la noche señalada y el primero en llegar al lugar de la cita fue el que había encontrado el papel. Estudió los montones de tierra. Observó cual era el que miraba al poniente y se puso á cavar en él durante unas horas, sin hallar absolutamente nada. Rendido en la faena, desilusionado por completo, falto de los alientos que le hubiera podido comunicar su amigo, que no aparecía por ninguna parte, se fue para su casa, renegando de su suerte y pensando en disfrazar su ambición con una disculpa. El no había querido molestarse siquiera, por eso no había acudido. Aquello era una broma. Su amigo, como no había ido, lo creería y su vergüenza quedaría oculta.
Pero su amigo fue, fue más tarde. Despertó á la hora, pero no se levantó. Que vaya él trabajando –se dijo- y más tarde iré á ver lo que hay. Y así lo hizo. Muy de madrugada se fue la lugar de la cita. Pronto vio el montón de tierra que su amigo había desbaratado. Y perplejo ante aquellas señales, se puso á pensar angustiado: ¿Lo habrá encontrado? ¿No lo habrá encontrado? Por si ó por no se dispuso á continuar la labor. A lo mejor –pensó- se ha cansado y el tesoro puede estar más abajo. Dio un golpe con el pico que llevaba, en el lugar más hondo de la cueva abierta por su amigo y siente el alucinante chasquido del pico contra un objeto de barro. Prosigue con verdadera alucinación su trabajo y descubre una gran olla chea de onzas d’ouro. Oxe é a casa mais forte de Brandomil…
Carrascosa no pudo reprimir una sonrisa de incrédulo que nos dedicó á todos los que escuchábamos con deleite aquella pintoresca versión, referida en las estribaciones del histórico Barbanza, á las horas en que el sol, declinando, pone en todas las almas un no sé que de recogimiento y de fé que adormece.
Pero Carrascosa había triunfado. Fuimos atraídos por la leyenda y solo una leyenda, la leyenda de Brandomil, trajimos de aquella memorable excursión á Barbanza.
 Adelardo Novo.
Noya, Septiembre de 1918.
Vida Gallega nº 115; 10/10/1918 

sábado, 5 de novembro de 2011

nº 123 Cantos Lusófonos



Já está em papel os meus Cantos Lusófonos, o meu terceiro livro e sem dúvida, o mais pessoal. São setenta peçinhas acumuladas em toda uma vida de cantor, em toda uma vida de cantar. Há melodias que levam comigo desde criança, outras aprendi-nas com os companheiros de Leixaprén, do Coletivo Arma-danças, com Maria Manuela, mas a maioria são o fruto de muitos anos de andar entre cancioneiros como um ratinho melómano e fanático da cultura popular. Queria que um feixe dessas canções falaram de mim a gente. Já era tempo.
Mas os Cantos Lusófonos é um livro de autoria coral. Os autores principais somos a minha mulher Teresa e mais eu. Quando namorávamos de fim de semana eu sempre lhe levava uma quadra no peteiro que ela prendia da orelha como quem prende uma flor. Logo casamos e na espera de ser pais, as canções foram o melhor remédio contra o desespero... Então chegou Dália, e a música que levávamos tanto tempo entesourando não nos deu para lhe dizer o muito que a queremos. É por isso que o livro leva uma dália perfumando na capa.
Também são autores César, Manolo, Xosé Ameneiro, Miro e Xoán (Leixaprén); Ugia Pedreira, Ramom Pinheiro e Servando Barreiro (Arma-danças), Manuela, Xurxo e Paco Barreiro (María Manuela) e a quinta do 12 de Outubro e as suas jornadas terapéuticas filogastronomicomusicais.
Por último são co-autores centos de crianças que em tantos anos de mestre de música aturaram os meus cantos lusófonos, admirados de que todos eles fossem tão doadamente percebíveis.
Resulta-me complicado dizer todo o que quisera sobre este livrinho de canções de fundo de almário, assim que colo aqui fragmentos das três grandes cantoras lusófonas que me prologaram: Uxia Senlle, Ugia Pedreira, e María Manuela (esta em forma de desenhos).

«Cantos Lusófonos é um trabalho necessário e urgente. Estamos num momento determinante para a sobrevivência da nossa língua e sabemos que cantando o nosso acervo rico e comum podemos ter esperanças fundadas nas mil primaveras mais que Cunqueiro alviscou.»
Uxía Senlle


«A música popular não rejeita nada, é esponja que absorve e modela as formas no tempo. A música lusófona é um microchip minúsculo latente e vivo. A música lusófona não sabe que gosta e se emociona imensamente consigo mesma, assusta-se de tanto amor como se tem. A música lusófona é um ADN, um Santo Graal, um dinossauro vivo... tem mil hipóteses, muitas perspetivas, mais voltas e reviravoltas. Porém, isto só será visível para quem quiser ver com os 5 sentidos + um... Nas mãos tem você um cancioneiro que lhe pode adoçar um instante de vida...»
Ugia Pedreira


María Manuela

Também os da Academia Galega da Língua Portuguesa escreveram algo tão lindo como isto:

Breve resenha:
Com este Cantos lusófonos. Cancioneiro Popular, José Luis do Pico Orjais, apresenta-nos, fruto da sua pesquisa no âmbito da historiografia musical e do seu gosto, setenta peças tiradas de cancioneiros galegos, portugueses e brasileiros.
Com duas breves e intensas apresentações de Uxía Senlle e Ugia Pedreira vão cá aquelas letras, lidas uma e outra vez dos principais cancioneiros, postas em papel por Casto Sampedro, Lopes-Graça ou Veríssimo de Melo, escutadas e interpretadas até criarem na memória musical do editor um bom stock de canções tradicionais que agora se oferecem ao público, acompanhadas de partitura e em formato popular para serem tocadas e cantadas.
Trabalho necessário e urgente, com vocação de esperançadora mensagem. Espelho e esponja viva que larga a música tradicional galega na corrente lusófona infinita, para compreendermos e desfrutarmos a perspectiva total de que somos parte. Convidando à festa, à participar da música e do canto, agrupam-se as melodias por blocos, não com critérios taxonômicos, senão mais bem colocando o repertório tal e como o editor na sua experiência gostaria de tocá-lo jeitoso.
Cumpre com este volume a AGLP o desejo de ver editado, em conjunto lusófono e para público lusófono, parte destacada do acervo da nossa cantiga popular. Obrinha muito útil, seguindo as linhas populares das Edições da Galiza, que a paixão de um mestre, a experiência de um intérprete e a erudição de um historiador da cultura galega convertem não apenas num repertório divulgativo quanto numa ferramenta de comunicação destinada a recuperar o canto nos espaços populares, educativos, associativos, festeiros.
Vou já cantar as cantigas, para que fui convidado.

Se alguém quere comprar Cantos Lusófonos fazer pedido na loja de imperdível:

Ou no correio da AGLP:


Ficha técnica:

Coleção "Clássicos da Galiza": Volume 3
Desenhos: Maria Manuela Diaz Orjales
Coordenação editorial: Heitor Rodal Lopes (Edições da Galiza) e Ernesto Vasques Souza (AGLP)
Adaptação e revisão textual: José Luís do Pico Orjais
Correção textual: Carlos Durão e Fernando Vásquez Corredoira
Promove: Academia Galega da Língua Portuguesa. Rua Castelão, nº 27 - 15900 Padrão, Galiza
Edição: Edições da Galiza, 2011
ISBN: 978-84-936481-4-5
Depósito Legal: SE-7169-2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

nº 122 Ai como chove!

Fai uns dias, fui como de costume recolher a minha filha no infantário de Dodro. Quando nos dirigíamos ao carro, escutamos cantar esta cantiga a uns avós que foram, por sua vez, recolher ao seu netinho :

Ai como chove! 
Na casa do pobre,
na casa do rico
não cai um chuvisco.
Escoitar aqui.

Com a que está a chover, o texto deste cantar pareceu-me um magnífico slogan para nós, os indignados que votamos. Também achei que enquanto os avós continuem a cantar aos netinhos, há motivos para a esperança.

domingo, 9 de outubro de 2011

nº 121 Atas de Santalices e congresso de Guerra da Ca.

Já estão nas lojas as atas do congresso Faustino Santalices, ciencia da gaita, consciencia da zanfona, publicadas por Difusora de letras, artes e ideas. A Difusora foi a editora que publicou o meu primeiro livro, Cantos e bailes da Galiza, que também era um dos primeiros que tiravam do prelo. As suas edições são magníficas, bonitas e funcionais, uma alegria de igual tamanho para o bibliófilo que para o investigador.
O meu texto titula-se Faustino Santalices e o seu tempo e ocupa as páginas da 41 à 53.
Os meus parabéns aos irmãos Castro Vicente e o Xavi Paz, os meus amigos de Ourense; fico obrigado com eles por ter cuidado tanto o meu artigo e ter contado comigo uma vez mais.


Quero aproveitar a postagem para convidar-vos à palestra que darei em Compostela esta segunda feira, 11 de outubro, às dezanove horas na Fundacion Caixa Galicia. Rua do Vilar, 19. O tema versará sobre a música em Ernesto Guerra da Cal, no colóquio organizado com motivo do centenário do seu nascimento. Se vais, falai-me.