sexta-feira, 18 de outubro de 2013

nº 175 Uma sanfona da goiva de Urbano Anido.


D. Urbano Anido (Mondonhedo,1834; Compostela, 9 de setembro 1930) foi um muito importante ebanista com oficina na rua compostelana do Hórreo. A primeira notícia que teve dele foi graças a um documento já publicado neste blogue. Segundo os dados que ele oferece, o mestre Anido construiu um «Organillo de cilindro» para ser exibido na Exposición agricola industrial y artística de Santiago de Compostela celebrada em 1858. 


Na altura, documentando-me sobre o artesão, encontrei-me com a surpreendente notícia de que uma secretária fabricada por Anido viajara a EE.UU em 1892, por iniciativa do banqueiro galego residente em Nova Iorque, Manuel García. Segundo o artigo de José Tarrío García publicado na Gaceta de Galicia, o móvel ia fazer parte da World's Columbian Exposition de Chicago a acontecer em 1893. Não dei confirmado se foi finalmente exposto.


O artigo em questão foi ficando oculto numa pasta do meu computador, junto com muitos outros documentos curiosos dos que apenas posso comentar nada. Mas, por vezes, a fortuna alia-se da nossa parte e, como por acaso, aparecem novos documentos, dados, comentários que deitam um bocado de luz sobre as velhas histórias já quase esquecidas.
O caso é que a secretária de Urbano Anido tem profusas talhas nas que se amostram cenas próprias de romarias galegas, paisagens camponesas com músicos e bailadores vestidos com o fato tradicional. Não vou descrever pormenorizadamente cada cena, tão bem descritas por José Tarrio, só vou falar daquela que me levou, na altura, a guardar este artigo. Trata-se duma tábua que pecha o corpo inferior do móvel, por trás dumas pilastras que sustêm cinco arcos de meio ponto. Talhada pela goiva de Anido, podemos ver, junto com outros instrumentos musicais do folclore galego, uma sanfona. 
Esta semana, na sequência de uma outra investigação que nada tem a ver com esta, dei com uma página de subastas http://www.liveauctioneers.com na que fora posta a leilão o móvel de Urbano Anido. Graças às imagens que aparecem na mesma podemos saber como eram as cenas e os instrumentos talhados pelo artista da rua do Hórreo.


Existem muitos pontos de contacto entre os artistas e intelectuais da Compostela de entre séculos e a sanfona, instrumento, na altura, decadente, evocatório duma época que termina. Já neste blogue dava conta de como Cándido Castro López, vizinho da rua de Pitelos, expunha em 1909, também em Compostela, uma sanfona feita por ele mesmo. Isidoro Brocos, Manuel Vidal, o próprio Castelao... nomes unidos à sanfona como símbolo, tal ve,z do saudosismo de toda uma geração.











5 comentários:

Anónimo disse...

Hola, soy tataranieta de Urbano Anido y me acabo de encontrar con tu comentario que me gusto mucho En mi casa hay algún mueble y me gustaría saber cuantos muebles hizo ,donde se encuentran y poder fotografiarlos
muchas gracias por tu información

José Luís do Pico Orjais disse...

Obrigado polas suas amáveis palavras. Não sei muito mais do que ai está escrito. Suponho que durante a sua vida, Anido deveu fazer milhares de obras. Sei que trabalhou para igrejas compostelanas e de outras cidade e vilas mas resultará muito complicado dar com estas obras. Um saúdo.

Anónimo disse...

Anónimo,

Urbano Anido figura como autor, la parte posterior de las mesas de firma que se utilizan o utilizaban hasta hace muy poco en el Ayuntamiento de Santiago de Compostela.

Se consideraban algo exquisito... aunque son muy recargadas para el gusto actual.

Yo las vi hace pocos años.
Estaban firmadas por otro Anido, no se si el padre o un hermano.

Supongo que seremos primas segundas o así pues mi padre era nieto de Urbano Anido; este tuvo un hijo con el mismo nombre y en la actualidad hay un médico que se llama igual: Urbano Anido....

Tuvo hijas -una de ellas fue mi abuela- pero fue el chico quien heredó la fábrica de ebanistería.

Vivían en la calle del hórreo.. números 33 y 35, en unas casas que han han sido derribadas por...

Un saludo.

P. en este mismo buscador encontré algunas obras obras de mi bisabuelo... trabajos especiales que hacía por encargo... con el se formó toda una generación de ebanistas en Santiago.

Anónimo disse...

Hola creo qie somos familia peroppor la rama gonzalez

Unknown disse...

Hola. Soy Rosario Anido, tataranieta de Urbano Anido. Quiero recordar aquí la exquisita obra de la urna del Santo Entierro, custodiada hoy en la concatedral de San Julián de Ferrol. La tradición de ebanistas se extendió durante tres generaciones, hasta la muerte de mi tío José Anido. Sus hermanos Antonio y Urbano siguieron en el taller de la calle del Hórreo 35 bajo, ya como negocio de antigüedades hasta el año 1980 aproximadamente.