terça-feira, 6 de setembro de 2011

nº 119 O rostro mais formosso.




Num lugar como Rianjo há tanto a ver que facilmente as coisas passam ante ti desapercebidas. Muitas vezes tenho cruzado de bicicleta pelo Montinho, em Taragonha, caminho do meu colégio. Mais de uma vez parei ao pé do cruzeiro para ver de ler as letras gravadas na sua base, identificar os santinhos que o adornam ou simplesmente gozar em conjunto duma obra para mim cimeira na arte dos pedreiros populares. Mas tenho que reconhecer que não foi até este verão que reparei na extrema formosura da imagem da virgem, um rostro que poderiam assinar os grandes mestres do renascimento italiano.
O mais curioso desta cara e do seu gesto bicudo é que me resulta familiar. Sei que parecerá uma tolice, mais até diria que tem um ar com alguma das meninas que passaram estes anos pelo colégio onde trabalho, e se alguém me dissera que a modelo foi uma sua antepassada, eu acreditaria.
Por tanto, fazei-me caso, se passais pelo montinho ao pé do cruzeiro, olhai para a menina-virgem e se como no meu caso, sois atéus, mostrai-vos devotos da beleza.



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