Peguei em direção à praia do Tronco, ultrapassei o camping e colhi um camininho entre o mato em direção a Cortes. Ao subir uma costinha reparei que a minha direita havia uma senda de pedra que descia cara a algures, uma caminho ferrado de pedra dos que ainda ficam no nosso concelho e que são verdadeiras relíquias antropológicas.
Ao cruzar o regato, que deve ser o Grenla, ainda que não tenho a certeza, podes ver uma obra de engenharia popular incrível. São dois moinhos cuja atividade noutros tempo deveu ser muito importante. O que está mais acima no leito do rio conserva as quatro paredes, ainda que como o outro está sem o teito. Na jamba da entrada encontramo-nos novamente com cruzes gravadas, como tantas outras das que já tenho falado neste blogue na série Graffiteiros do Passado.
Numa das pedras da porta, há uma cartela onde semelha estar gravada de modo muito tosco os caracteres M 7.
O outro moinho, situado uns metros mais abaixo, pareceu-me uma obra de maior envergadura. As paredes que dão ao rio permite-nos intuir o que deveu ser este engenho em pleno funcionamento.
No entorno das edificações o mato ainda nos deixa ver toda a obra humana para canalizar a agua do regato, dar-lhe força, domesticá-la, etc.
Mas quando abandonei o lugar na procura da minha bicicleta, e já menos preocupado no enlousado, percebi alguma outra coisa que não vira quando cheguei.
Toda a zona deveu ser uma canteira, onde os pedreiros foram trabalhando as rochas a flor de terra. De facto, há muitos rebos, restos do picado da pedra e marcas das cunhas e dos buris sobre as pedras refugadas. Um com semidesfeito pelos pedreiros tem uma pia dessas que de ser feitas pela natureza... pois manda truco! Não tinha com que medir, mas acho que há de ter uns 50 cms de diâmetro.
Perto desta pedra, e quase imperceptível desde o caminho, existem as ruínas doutra edificação. Deveu ser uma obra de boas dimensões, mas agora tudo está comesto pelas silvas. Os muros, de perpianhos bem lavrados, e algum deles de considerável tamanho, aproveitaram um grande rochedo como parte do paramento. Estas pedras inclusas nos muros são algo que tenho observado em várias casas de Rianjo e não deixa de ter um certo ar troglodita.
Dada a sua proximidade a Rianjo, de praias como Tangil ou o Tronco, resulta estranho que não fosse aproveitado o seu potencial turístico. Dá para fazer percursos conectadas quiçá com Brião ou Abuim, criar um circuito etnográfico que nos leve desde aqui à eira das graneiras de Meiquiz, ao Moinho do Rio do Mar no Rial, à Aldeia mal chamada Maldita de Abuim...
Meu Rianjo, que bonito és!
5 comentários:
Caro Pepe , efectivamente é o rio da Grenla mais o da pia non recordo de vela.Subindo o rio pouco despois dun dos muiños hai un pequenisimo "bosque" de loureiros e baixando o rio agarda outra sorpresa ainda que esta non é para ti senon para a túa pequena.Un abraso e falamos ;-)Carlos
E o da pia si é a que hai nun con ensima da casa co muro "siclopeo" xa a recordo (cousas da edá).
Pois sim, é. Temos de ir juntos até ali. Falamos.
e que bonita a emoção dos olhos que te miram e comentam. beijo. Tero
Queremos nova parceira, Já!!!! Refiro-me á bici, claro!!! beijos, meu biciclista!
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