sábado, 18 de abril de 2020

nº 242 Genealogia do Barão de Orjais.


A última vez que vi ao Barão de Orjais eu era muito novo e ele velho de mais. Coincidimos num breve espaço de vida, um tempo de formação para mim e de despedida para ele, um tempo que agora é só meu. 
Aquela manha em que abandonou a ilha, dissemo-nos adeus sem palavras; não era necessário porque através das minhas bágoas infantis pude ver esfumado o seu olhar sonoro e percebi tudo. 
Antes do último saúdo, o Barão presenteou-me um velho cartapácio cheio de documentos heterogêneos, com tamanhos e grafias diversos. Havia um pouco de tudo: cartas pessoais, a conta dum restaurante lisboeta, a partitura duma contradança para flauta, o programa de concertos dum ballet russo em Paris, uma antologia das suas frases célebres às que pomposamente chamou Autolorjia de Aforismos...
De entre todos aqueles papelinhos houve um que me pareceu especialmente interessante pois falava das origens do Barão de Orjais.
Eis aqui esse documento que agora comparto em homenagem a um grande homem, o meu mestre.



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