Segundo a wiki, neste lugar moravam em 2004 cento trinta e dois habitantes (69 mulheres e 63 homens). Numa viajem recente por terras de Lugo decidi achegar-me com a família até esta pequena paróquia castroverdiana, no que constituiu um périplo rianjeiro-bolañês, que de sermos ianques, já estaria nos roteiros freaqui.
Sabemos que a presença da Galiza na obra de Bolaño não é apenas um território literário. Além das suas fílias, Valle Inclán, Dieste... há razões de tipo familiar, pois —como ele mesmo comentou em várias entrevistas— era neto de galego. Este dado, tal vez por sabido, parece não interessar muito aos estudiosos da obra de Bolaño, sendo para mim um elemento fulcral para explicar cenas como a acontecida no camping de Castro Verde. Mas quem era este avô galego? Como se chamava?
Desconheço se já se tem publicado nalgum lugar, mas eu não dei encontrado nenhuma publicação que faça menção a identidade deste homem que um dia abandonou a sua terra para dirigir-se a república chilena. Na procura das raízes galegas do autor de 2666 contactei com o Dr. Leon Enrique Bolaño, deputado do PAN em México, o qual, muito amavelmente, verificou-me o nome do seu avô e o lugar do seu nascimento.
As raízes do Roberto não estão em Castro Verde, senão em Becerreá. O nome do seu avô era Ricardo Bolaño Morán, morto em 1940, na mitologia bolanhesa —ainda por confirmar— a consequência da queda dum cavalo. Este casa com a catalana Eugenia Carné com a que terá nove filhos. Um deles, León Boláño Morán casará com Victória Ávalos Flores, professora, pais do escritor Roberto Bolaño Ávalos. Posteriormente, León vai casar em segundas núpcias com María Irene Mendoza, pais do Dr. León Enrique Bolaño Mendoza, o político mexicano.
Agora, toca ir a Becerreá na procura dalgum dos descendentes dos Bolaño Morán. Já irei contando.
© Tero Rodríguez
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