Às vezes, a casualidade faz que encontres surpresas onde menos o esperavas. Isto foi o que me aconteceu quando lia num velho livro sobre o estabelecimento dos agostinhos em Filipinas. Entre os frades que lá estiveram a evangelizar, houve um arousão que deixou a pequena Ilha de Arousa para irem morar e morrer numa ilha muito mais grande, até se converter no chefe da sua ordem, os frades de Santo Agostinho.
Até o de agora, não tenho muita informação sobre o tal frade, mas à espera de que algumas investigações que tenho encetadas dêem os seus frutos, ai vos deixo o que sei, a breve história dum carcamão em Manila.
Fr. Ambrósio Otero nasceu na Ilha de Arousa em 1755, professando dezanove anos mais tarde no Convento dos Agostinhos Filipinos de Valladolid. Esta congregação religiosa nascera em 1758 amparada pela monarquia espanhola, dado o alto interesse que para a coroa têm o controlo da colónia. Por isto não espanta que em 1783, Fr. Ambrósio exerça de pároco na igreja de a Nossa Senhora do Patrocínio de Maria em Boljoo, Cebu, Manila. Esta igreja fora destruída pelas incursões muçulmanas, e ao frade arousão se deve a sua reconstrução. De 1788 a 1802 fará-o na de São Nicolás. A partir deste momento começa o seu grande ascenso até o mando máximo da ordem agostiniana na província de Filipinas. Em 1802 a 1808 passará por diversos cargos no convento do Santo Menino até ser nomeado prior. Em 1808 é prior do convento de Manila e Provincial no 1814, o máximo cargo que um agostinho podia ostentar nas Filipinas. Ao remate do seu mandato volta ao priorado do Santo Menino, onde morre em 1818.
Foto: http://manila-guide.com
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